sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Segundo o jornal Correio da Manhã: «DOSSIER PESSOA-CROWLEY PARA DESCONHECIDO

O dossier que reúne a correspondência entre Fernando Pessoa e o ocultista britânico Aleister Crowley, um dos destaques do leilão de bens do poeta realizado ontem à noite (dia 13) no Centro Cultural de Belém, foi arrematado por 50 mil euros através de um telefonema.

Nenhum dos presentes na sala onde o leilão está a decorrer licitou esse dossier e, perante o anúncio do leiloeiro de que este fora arrematado, não faltou quem comentasse que ninguém daria tanto dinheiro pelos documentos.

Comprada por uma mulher com sotaque francês foi uma fotografia do poeta a passear no Chiado, arrematada por 13 500 euros quando a base de licitação era de apenas seis mil. Já um retrato de Fernando Pessoa em criança ficou por 500 euros.»

Ainda segundo o mesmo jornal a arca de Fernando Pessoa foi arrematada por um coleccionador privado que o quis oferecer ao pai, apaixonado e detentor de vários livros do poeta. «A arca onde o poeta português guardava os seus inéditos, um dos bens que Inês Pedrosa mais desejava para a Casa Fernando Pessoa, foi adquirida pelo valor base de licitação, que era de 50 mil euros. O coleccionador, porém, está disposto a abdicar dela, em favor do Estado. “Se o Estado quiser ficar com a arca, pois estará no seu direito, e tê-la-á”.

«Durante o leilão, onde vários lotes ficaram retidos na leiloeira por falta de licitação, enquanto outros foram arrematados pelo preço mínimo. Por telefone, um coleccionador francês arrematou a quase totalidade dos lotes mais disputados, e ficou com as fotografias originais de Fernando Pessoa, nomeadamente uma do poeta ainda criança e quando se passeava no Chiado – uma das imagens mais emblemáticas do artista.»

Se foi um coleccionador a ficar com as peças mais disputadas significa que o espólio pessoano acabou por não ficar no nosso país, o que é uma pena. Tantas vezes que se investe em coisas sem significado, e agora que o ideal era o Estado Português ficar com a maioria, senão a totalidade das peças, acabou por deixar ir o espólio daquele que é para mim o melhor português de sempre.

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