quinta-feira, 11 de março de 2010

A Aia da Rainha - Barbara Kyle [Opinião]

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Título: A Aia da Rainha
Autor: Barbara Kyle
Edição/reimpressão: 2010
Páginas: 560
Editor: Planeta
PVP: 20, 95€

Sinopse:
Londres, 1527. Casar ou servir. Para Honor Larke, a escolha é clara: Pouco disposta a morrer de tédio como esposa obediente, ela deixa a casa do seu tutor, o brilhante sir Thomas More, e torna-se aia da rainha Catarina de Aragão. Um cargo onde aprenderá muita coisa, dado que terá de conviver com o orgulho, a paixão, a ganância, e ainda a consciência de um rei, que anseia desesperadamente pelo divórcio, a fim de poder casar-se com a ousada Ana Bolena.

Honor, aia e fiel amiga de Catarina de Aragão, não pode compactuar com o ultraje que é feito à rainha e oferece-se para ser portadora da correspondência entre Catarina e os seus aliados. No meio desta intriga palaciana, Honor fica subitamente na posse de um segredo que pode destruir um reino e a sua futura rainha...

A minha opinião:
A Aia da Rainha de Barbara Kyle mostra um outro lado da governação de Henrique VIII. Apesar de já ter lido pelo menos dois livros dentro deste género, O diário secreto de Ana Bolena de Robin Maxwell e Duas Irmãs, um Rei de Philippa Gregory, A Aia da Rainha não deixou de me surpreender e de me prender à estória, ainda que fictícia de Honor Larke.
A morte do seu pai traz uma enorme infelicidade a Honor que se vê a braços com um casamento imposto, apenas para que a família do noivo possa usufruir dos seus bens. O protagonista de todo este mal é Bastwick, um jovem clérigo muito ambicioso, que pensa apenas no poder e dinheiro. Consigo vai também um dos seus criados Ralph Pepperson, que viria a assassinar o seu marido, libertando-a de todo o sofrimento em que vivia. Perante o assassinato, Honor foge e refugia-se na casa de Thomas More, que a vai ter como protegida, instruindo-a. Esse conhecimento que adquire vai proporcionar trocar correspondência com Erasmo de Roterdão. Sabendo por More que existiam duas vagas para aia da rainha Catarina de Aragão, Honor não pensa duas vezes e decide ir de imediato para a corte, no lugar de se casar. No entanto, a vida na corte chocava Honor. O rei vivia rodeado de bispos, sacerdotes e prostitutas, astrólogos, até sábios, provocando intriga e violência.
Quando Henrique VIII começa a interessar-se por Ana Bolena pretendendo divorciar-se de Catarina de Aragão, Honor manteve-se fiel à sua rainha, até ao momento em que o seu protector na juventude, Ralph é queimado na fogueira, acusado de heresia. Honor revolta-se contra a igreja que sujeita a população que a questiona à tortura e à morte. E quando descobre que quem esteve por detrás da sentença à fogueira de Ralph foi Thomas More, Honor decide ajudar os ‘hereges’ na luta contra uma igreja repressora.
Quando lhe dizem que Ana Bolena também é contra a igreja, que não a deixa seguir os seus intentos, ou seja, que não aceita o seu casamento com Henrique VIII, Honor decide trair Catarina de Aragão e associa-se a Cromwell na tentativa de anular o casamento com a rainha. A partir daí Honor vive no limiar, entre a vida e a morte, acabando por ser acusada de heresia. No entanto, no fim da estória, Honor acaba por reconhecer que também não comunga das mesmas ideologias dos protestantes.
Para quem gosta de livros históricos e sobretudo desta época da história, que mostra o lado pior da Igreja e dos reis que se achavam acima de tudo e de todos, que se achavam-se o centro do Universo, não devem deixar de ler A Aia da Rainha. Um livro fantástico que mostra a crueldade a que era submetidas as pessoas que eram contra as ideologias reinantes, sendo uma das suas vítimas o próprio Thomas More.


1 comentário:

Lígia disse...

Bem, parece-me que este sempre vem cá para casa :)
Andava à procura de opiniões e depois de "te" ler, fiquei convencida... Apesar de ainda ter os da Philippa Gregory para ler, mas históricos nunca são demais ;)

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