segunda-feira, 26 de abril de 2010

Tartan – As Velas da Liberdade - Nuno Silveira Ramos e Pedro Silveira Ramos [Opinião]

Título: Tartan – As Velas da Liberdade
Autor: Nuno Silveira Ramos e Pedro Silveira Ramos
N.º Págs.: 176
P.V.P.: 14,90€

«Lê-se de um só fôlego, como quem lê um bom romance de aventuras.»
José Eduardo Agualusa

Angola, 1978. Em plena guerra civil e no dia das comemorações do terceiro aniversário da independência, seis rapazes fogem de Luanda num veleiro de apenas 13 metros. Orientados por uma bússola, um mapa rudimentar e um rádio a pilhas, cruzam um oceano de dúvidas, medos e anseios, em busca da liberdade e da vida. O seu destino é Portugal, onde acabam por chegar depois de mil e uma vicissitudes.
Mais de 30 anos depois, a publicação desta história ajuda-nos a compreender um período pouco explorado da nossa História e da nossa memória colectiva.


A minha opinião:
Tartan – As Velas da Liberdade escrita pelos irmãos Nuno e Pedro Silveira Ramos, conta a história de cinco amigos que decidem sair de Angola, deixando para trás um país em guerra e desgovernado.
Só a capital, Luanda, deixou de ter quarenta e cinco mil habitantes para passar para dois ou três milhões de pessoas. “Os habitantes dos bairros pobres e os refugiados acumularam-se em apartamentos vagos no centro. Se faltava a luz - o que acontecia frequentemente – muitos apartamentos continuavam iluminados por pequenas fogueiras, consumindo tacos de madeiras do chão que, devidamente empilhados, serviam também para cozinhar o quase nada.”
Desgostados com o país onde viviam e desejosos de voltar a Portugal, os seis amigos decidem fazer-se ao mar numa pequena embarcação, orientados apenas por uma bússola e um rádio a pilhas. O livro conta as aventuras por que passaram os jovens amigos, da sua passagem pela Monóvia, Las Palmas, nas ilhas Canárias e das viagens em alto mar até à chegada a Portimão a 23 de Janeiro de 1979. A convivência com os animais marinhos, golfinhos e as gaivotas que lhes fizeram companhia durante toda a viagem; a contenção nos mantimentos, que eram poucos, e na água, mostram que a esta jornada não foi nada fácil para os aventureiros.
Confesso que se não fosse a gentileza da Porto Editora em oferecer este livro ao blogue para leitura, esta não seria, com toda a certeza, das minhas próximas selecções para ler, isto porque as aventuras no mar não me fascinam. No entanto, ler este livro foi uma agradável surpresa. Seguir a passo e passo as aventuras dos seis amigos foi bastante divertido e emocionante e, tal como disse no prefácio José Eduardo Agualusa, leu-se num só fôlego.

Excertos:
“Não há sintomas de navegação por satélite, sondas ou cartas náuticas, mas apenas um motor avariado ligado à vontade de partir.”
“Velejar para nós deixou de ser um desporto para passar a ser um modo de vida.”
“O mar começa a ser o único inimigo mas também o único amigo.”
“Podem não ser atingidos por uma bala perdida na guerra, mas ficamos sempre com uma cicatriz disfarçada no pós-guerra.”

1 comentário:

Carla Martins disse...

parece ótimo!!! Fiquei curiosa! beijos brasileiros!

WOOK - www.wook.pt