quinta-feira, 13 de maio de 2010

Providência cautelar tenta destruir Corja maldita

Jesuíta que interpôs a medida alega o carácter herético do novo romance de Pedro Almeida Vieira.
Os advogados da Sextante Editora foram informados da interposição no Tribunal Judicial de Lisboa de uma providência cautelar, por parte de um jesuíta, para evitar a colocação no mercado do romance Corja maldita, de Pedro Almeida Vieira, cujo lançamento está previsto para hoje, dia 13 de Maio, pelas 19 horas, no espaço da Porto Editora na Feira do Livro de Lisboa.
Em causa está o alegado carácter herético deste romance, bem como a transcrição de conversas em que participou este jesuíta, sem que tenha sido obtida a sua autorização e sem qualquer mandado judicial.
Para além de uma indemnização, o jesuíta apelará aos juízes que decretem a destruição de todos os exemplares pelo método da guilhotina – e nunca pelo fogo.
Caso se confirme este requerimento cautelar, censório a todos os títulos, a Sextante Editora tentará todos os meios para evitar receber a notificação. Mas, se tal não for possível, alegará junto da instância competente que o requerente da providência cautelar não pode sofrer qualquer dano pela divulgação deste romance por se encontrar morto há quase 250 anos.
Quarta obra de ficção de Pedro Almeida Vieira, Corja maldita retrata os acontecimentos que, na segunda metade do século XVIII, levaram à expulsão dos jesuítas em Portugal, França e Espanha, bem como à sua extinção em 1773 pelo Papa Clemente XIV.

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