terça-feira, 12 de abril de 2011

Hotel du Lac - Anita Brookner [Opinião]

Título: Hotel du Lac
Autor: Anita Brookner
Chancela: Bertrand Editora
Género: Ficção
N.º de páginas: 200
PVP: 16,95€

Vencedor do Booker Prize
Edith Hope escreve romances de amor usando um pseudónimo, mas quando a sua vida se começa a parecer com as intrigas dos seus romances, Edith é enviada pelas amigas para a Suíça, onde o sossego e o luxo do Hotel du Lac prometem ajudá-la a recuperar o juízo.
Contudo, em lugar de paz e descanso, Edith encontra-se isolada no hotel com uma série de hóspedes, cada um com a sua história. Atrai ainda a atenção de um homem mundano, que pode muito bem ser a sua hipótese de não permanecer solteira.

Será este homem a reviravolta de que a sua vida de solteira necessita?
Muito bem pensado, perspicaz e divertido, Hotel du Lac representa Brookner no auge do seu estilo e muito subversiva.

A minha opinião:

Edith Hope é uma escritora de romances de amor mas, ao contrário das suas heroínas, ela própria é completamente azarada em matéria romântica. O único homem que ama, o seu amante, é casado e pai de filhos e assim deseja permanecer.
Depois de uma tentativa falhada de refazer a vida com o solteirão Geoffrey, desiste no próprio dia do casamento e é aí que a amiga Penelope decide mandá-la para o Hotel du Lac a fim de passar férias e repensar a sua vida, tentando, de certo modo, afastá-la do escândalo em que ela própria se meteu.
Isolada naquele local inóspito, com pouca coisa para a distrair a não ser a pouca gente que também lá está instalada, Edith vai conhecendo os hospedes, na sua maioria mulheres, e travando amizade com os mesmos.
Desde a sr.ª Pursey e a filha, Jennifer, solteirona que vive praticamente em função da mãe, viúva; Mónica e a sua cadela Kiki, uma mulher que sofre de distúrbios alimentares; Philipe Neville cuja mulher o deixou há três anos e que decidiu revisitar o local onde tinham estado e que faz a Edith uma proposta tentadora.
Sem nunca se tornar maçador, Hotel du Lac é um romance divertido, escrito de uma forma soberba e com uma trama exemplar.
Excertos:
“Parece estar permanentemente reservado a mulheres. A um certo tipo de mulheres. De férias ou abandonadas, pagas para ficarem longe ou para fazerem coisas femininamente inofensivas, como gastar dinheiro em roupas. O próprio teor das conversas exclui os homens.”
“-Não o amo. Isso incomoda-o?
- Não. Tranquiliza-me. Não quero o fardo dos seus sentimentos.”

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