quinta-feira, 28 de julho de 2011

A Opereta dos Vadios - Francisco Moita Flores [Opinião]


Título: A Opereta dos Vadios
Autor:
Francisco Moita Flores
Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 208
Editor: Casa das Letras
PVP: 16,65€


Francisco Moita Flores possui uma vasta obra literária e de ficção para teatro, televisão e cinema. Depois de dois romances históricos - "A Fúria das Vinhas" e "Mataram o Sidónio!", apresenta, agora, uma farsa política de grande actualidade, onde o humor e a ironia conduzem o leitor na estonteante caminhada de um grupo de velhos amigos que se junta e cria um partido político para concorrer às eleições.
A acção decorre depois de Portugal ter atingido a bancarrota e os seus governantes e opositores se encontrarem em permanente desvario. É neste cenário singular que surge o PUN, um jovem partido que aborda as eleições pelo lado mais absurdo e inesperado, complicando cálculos e sondagens.
"A Opereta dos Vadios" apresenta sequências narrativas verdadeiramente hilariantes e confirma Francisco Moita Flores como uma das vozes literárias de referência no panorama nacional.


A minha opinião:
Amante confessa dos livros de Moita Flores não poderia deixar de ler o seu novo livro, A Opereta dos Vadios, narrativa bastante diferente dos seus três livros anteriores, mais dedicados ao romance histórico, e que também já li, dois deles com opinião no blogue: O Sangue da Honra e Mataram o Sidónio!, não deixou de me impressionar.
Fazendo uma sátira à política que se vem fazendo actualmente, o autor conseguiu fazer-me rir com as personagens que foi criando, algumas delas bastante hilariantes. De salientar Telhal, um homem de meia-idade que ainda não terminou o curso, mas que continua com as mesmas ideias partidárias de quando jovem revolucionário; o ex-primeiro-ministro Felismino, um homem completamente pobre de espírito que é subjugado pela mulher e que apenas quer o poder, nem que para isso convide um charlatão a servir de chamariz para a campanha eleitoral; Zé Francisco, o eterno anarquista, “exilado” em Paris que decide subsidiar a campanha dos amigos e fundar um novo partido (PUN) para “salvar” o país da bancarrota. O mais engraçado é que tudo o que começa como uma brincadeira de amigos pode tornar-se um caso sério de popularidade e Carlos, um médico ginecologista com uma vida pacata, normal, pode vir a tornar-se o próximo primeiro-ministro de Portugal, coisa que não estava nos seus planos. Tudo porque o seu partido, o PUN, prometeu nada, ou seja, apenas deu feijão, arroz, na campanha eleitoral e decidiu não apresentar programa eleitoral por não terem grandes ideias para apresentar, que fossem diferentes dos outros partidos da oposição. O que é certo é que estes grandes amigos, com sonhos ainda do 25 de Abril, reuniram um grupo de pessoas que decidiu apoiá-los, e sem que dessem por isso, já estavam empatados com os líderes dos dois principais partidos.
Um livro que me deu muito gozo ler.

1 comentário:

SolitaFit disse...

Estive ontem na sessão de autógrafos no cais de gaia, e amanhã vou começar a lê-lo, vamos lá ver se vou gostar.

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