domingo, 14 de agosto de 2011

O ladrão de sombras - Marc Levy [Opinião]


Título: O ladrão de sombras
Autor: Marc Levy
Editora: Contraponto
PVP: 15,50€

No seu novo romance, Marc Levy conta a história de um rapazinho com um dom invulgar: ele consegue "roubar" as sombras das pessoas com quem se cruza. Ao princípio, acontece-lhe involuntariamente e isso chega a assustá-lo. Sempre que se cruza com alguém - seja um amigo, um inimigo ou um perfeito desconhecido -, a sombra da outra pessoa passa a segui-lo. Por vezes contra a vontade do rapaz, as sombras contam-lhe os mais profundos desejos, temores e aspirações das pessoas a quem pertencem. E o rapaz vê-se em mãos com um dom que traz uma grande responsabilidade: ao saber estes segredos, terá de ajudar as pessoas - ajudá-las a recuperar "essa pequena luz que lhes iluminará a vida". Durante umas férias de Verão à beira-mar, apaixona-se por uma rapariga muda, chamada Cléa, com quem comunica através da sua sombra. E a sombra deste primeiro amor acompanhá-lo-á durante anos... Mais tarde, o nosso "ladrão de sombras" torna-se estudante de Medicina, e debate-se com a questão de usar ou não o seu dom para ajudar a curar - tanto os seus pacientes como os seus amigos. Afinal, será ele verdadeiramente capaz de adivinhar o que poderá fazer felizes aqueles que o rodeiam? E ele próprio, saberá onde o espera a felicidade?

A minha opinião:
O ladrão de sombras é daqueles livros que nos marcam desde as primeiras páginas. Uma história cheia de ternura, de amizade, de amor pelo próximo, mas que também fala de solidão e de abandono paternal.
Fiquei rendida a este rapazinho ladrão de sombras que sem querer, tem o dom natural para “roubar” as sombras daqueles que lhe são próximos e assim saber o que lhes vai na alma. Mas não “rouba” apenas as sombras dos seus amigos. Até do seu maior inimigo de infância, e que disputa a mesma menina, ela “rouba” e descobre porque é que ele, afinal, é assim tão mau para ele e se porta tão mal na escola. Afinal, as coisas más até podem ter algum fundamento…
Dividido em duas partes, na primeira visionamos o rapazinho na sua infância, na fase em que o seu pai sai de casa e de quem não sabe mais notícias, o seu primeiro amor e, consequentemente, o seu primeiro desgosto amoroso, o seu companheiro de brincadeiras, e o guarda da escola, que acaba por ser o seu primeiro confidente, Yves. Todas as estas personagens vão marcar o jovem rapazinho sem nome, mas que pode ser qualquer um de nós, basta que fechemos os olhos e nos espelhemos em algumas destas situações, e torná-lo na pessoa que ele é.
Mas também é nesta fase que conhece a pequena Cléa, uma criança surda, por quem se apaixona quando passa férias com a mãe. A amizade crescente entre ambos e o primeiro amor, marcou para sempre o jovem rapaz, a quem faria juras de amor não cumpridas…
Na segunda parte encontramos o rapazinho já crescido e a estudar medicina. Atarefado com um curso absorvente, o “ladrão de sombras” deixaria para trás as relações humanas e nem a amizade colorida com a colega de curso Sophie o faz investir nessa relação. Até que uma viagem à sua terra natal o faz reencontrar Luc, o seu amigo de infância. Aí o valor da amizade vai voltar a ter relevância.
Gostei da candura de Yves em lidar com o rapazinho triste. Adorei a personalidade e simpatia de Cléa, uma rapariga forte e perseverante. E Luc um amigo como não há muitos e que todos gostariam de ter.
Para mim, o melhor livro de Marc Levy que me colocou com uma lágrima no canto do olho em alguns momentos.

Excerto:
“… cada pessoa é diferente, o importante é encontrar a diferença que melhor nos convém”.


1 comentário:

Joanissima disse...

Este foi o primeiro livro de Marc Levy que li (e gostei tanto que, entretanto, já comprei mais dois) e não tenho palavras para dizer o quanto este livro me emocionou. Desde o "Paula"a Isabel Allende que um livro não me deixava em lágrimas desta maneira. Adorei! O livro é uma ternura e, não sendo literariamente extraordinário, é uma história absolutamente maravilhosa.

Parabéns pelo blog.
Um beijinho.

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