A Ilha dos desencontros - Anita Shreve [Opinião]

Título: A Ilha dos desencontros
Autor: Anita Shreve
Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 240
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04281-1
Idioma: Português
PVP: 16,60€

Sinopse: «Pergunto a mim própria: se uma mulher for levada ao limite, como reagirá?»

A pergunta é feita por Jean, uma fotógrafa, que em 1995 chega à ilha de Smuttynose, ao largo da costa do Maine, para fazer uma reportagem sobre um crime que aí teve lugar cem anos antes. Com ela viajam o marido, a filha de cinco anos, o cunhado e a respectiva namorada.
À medida que vai mergulhando nos detalhes daquele acontecimento - um caso de paixão que resultou na morte de duas mulheres -, ela própria entra num terreno perigoso, dominada por emoções contraditórias. A suspeita de que o marido tem um caso desencadeia um ciúme incontrolável e uma desconfiança que acabam por levar Jean ao limite das suas emoções e a comportamentos de que nem ela própria suspeitava ser capaz.

Em A Ilha dos Desencontros, Anita Shreve, baseando-se num facto real - o assassínio de duas mulheres que ainda hoje continua por desvendar -, leva-nos através de uma viagem inesquecível até aos limites mais extremos da alma humana.

A minha opinião:
Este livro suscitou em mim emoções contraditórias. Primeiro porque achei em certas partes a narrativa maçadora, mas depois, sobretudo para o fim do romance, tornou-se bastante empolgante saber-se o desenrolar tanto do crime antigo, como do próprio romance actual vivenciado entre a personagem principal e secundárias.
Fazendo uma análise geral do livro gostei do livro no seu todo, embora mais na parte final, visto ter tido bastante mais acção e menos “palha” e momentos supérfluos.
Jean leva-nos a conhecer a história das duas mulheres assassinadas na ilha inóspita de Smuttynose, mas também de Maren, uma mulher ligada às mesmas e também aos seus assassinatos. Através do seu diário vamos percebendo um pouco da realidade da ilha, das mulheres que foram assassinadas e que têm uma ligação de parentesco com Maren e de alguns segredos de família que vão sendo revelados aos poucos.
Ao mesmo tempo que tenta perceber a história do crime de há cem anos, Jean vive também uma fase problemática na sua vida. Assaltada de ciúmes em relação ao seu marido e, ao mesmo tempo, caindo em tentação em relação a um outro homem, Jean vai viver momentos de grande contradição nesta viagem que se vai revelar numa grande descoberta em relação ao seu relacionamento e em relação ao seu eu.