terça-feira, 22 de maio de 2012

Amanhã, quarta, 23, na Bulhosa: Sessão dedicada a Eugénio de Andrade

As Conversas na Bulhosa regressaram à livraria de Entrecampos, desta vez com o ciclo de debates Prémios Camões – Poesia. Após duas justas homenagens aos escritores Miguel Torga e Eduardo Lourenço, a iniciativa prossegue, esta quarta-feira, 23 de maio, às 18h30, com uma sessão dedicada a Eugénio de Andrade – orientada pelos docentes e investigadores Fernando Pinto do Amaral e António Carlos Cortez.
Eugénio de Andrade (1923 – 2005). Natural do Fundão, fixou-se em Lisboa aos dez anos com a mãe, que entretanto se separara do pai. Frequentou o Liceu Passos Manuel e a Escola Técnica Machado de Castro, tendo escrito os seus primeiros poemas em 1936. Narciso, o primeiro deles, foi publicado três anos mais tarde. Em 1943 mudou-se para Coimbra, cidade à qual regressou depois de cumprido o serviço militar.
Tornou-se funcionário público em 1947, exercendo durante 35 anos as funções de Inspetor Administrativo do Ministério da Saúde. Uma transferência de serviço levá-lo-ia a instalar-se no Porto em 1950, para o edifício da extinta Fundação Eugénio de Andrade, na Foz do Douro. Ao longo dos anos, o poeta fez diversas viagens, foi convidado para participar em vários eventos e travou amizades com muitas personalidades da cultura portuguesa e estrangeira.
Autor de uma importante obra poética, podem referir-se os seguintes títulos: Adolescente (1942), As Mãos e os Frutos (1948), Os Amantes sem Dinheiro (1950), As Palavras Interditas (1951), Até Amanhã (1956), Conhecimento da Poesia (1958), O Coração do Dia (1958), Os Afluentes do Silêncio (1968), Obscuro Domínio (1971), Limiar dos Pássaros (1972), Véspera da Água (1973), Memória de Outro Rio (1978), Matéria Solar (1980), O Peso da Sombra (1982), Poesia e Prosa, 1940-1989 (1990), O Sal da Língua (1995), Alentejo (1998), Os Lugares do Lume (1998) e Antologia Pessoal de Poesia Portuguesa (1999). Organizou várias antologias e escreveu também livros para crianças. É um dos poetas portugueses mais traduzidos para outras línguas.
Recebeu um sem número de distinções, entre as quais o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986), Prémio D. Dinis da Fundação Casa de Mateus (1988), Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989) e Prémio Camões (2001).
Fernando Pinto do Amaral. Licenciado em Línguas e Literaturas Modernas e doutorado em Literatura Românica, leciona desde 1987 no Departamento de Literaturas Românicas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Da sua obra poética salientam-se Acédia (1990, Poesia), A Escada de Jacob (1993, Poesia), Às Cegas (1997, Poesia), O Mosaico Fluido — Modernidade e Pós-Modernidade na Poesia Portuguesa Mais Recente (1991, Prémio de Ensaio Pen Club), Na Órbita de Saturno (1992, Ensaio) e Poesia Reunida (2000).
Tem colaborado nas revistas LER, A Phala, Colóquio/Letras, Relâmpago e fez crítica literária nos jornais Público e JL. Traduziu As Flores do Mal, de Baudelaire, que lhe valeu o Prémio do Pen Club e o Prémio da Associação Portuguesa de Tradutores, e Poemas Saturnianos de Verlaine. Traduziu ainda toda a poesia do argentino Jorge Luís Borges. Em Fevereiro de 2008 recebeu, em Madrid, o Prémio Goya, na categoria de Melhor Canção Original pelo seu Fado da Saudade, interpretado por Carlos do Carmo no filme Fados, de Carlos Saura. Em Dezembro de 2009 foi nomeado comissário do Plano Nacional de Leitura.
António Carlos Cortez é professor de Literatura Portuguesa, crítico literário (JL, Relâmpago, Colóquio-Letras) ensaísta e poeta. Publicou cinco livros de poesia, o último dos quais em 2010, intitulado «Depois de Dezembro». Publicou, em 2005, «Nos Passos da Poesia - textos sobre pedagogia do texto lírico»; está antologiado em publicações diversas de poesia portuguesa contemporânea.

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