terça-feira, 15 de maio de 2012

E a Banda Continuou a Tocar… - Christopher Ward [Opinião]


Título: E a Banda Continuou a Tocar… 
Autor: Christopher Ward
N.º de Páginas: 272
Tradução: Michelle Hapetien
Capa: Mole
PVP: 15.90€

Sinopse: 
No dia 14 de abril de 1912, o Titanic chocou contra um icebergue na sua viagem inaugural e afundou-se. Mil e quinhentos passageiros e tripulantes perderam a vida. Quando a ordem para abandonar o navio foi dada, a orquestra pegou nos seus instrumentos e continuou a tocar no convés. Ainda tocava quando o navio se afundou. O violinista de vinte e um anos, Jock Hume, sabia que a sua noiva, Mary, estava grávida do primeiro filho – a mãe do autor. Cem anos mais tarde, Christopher Ward revela uma dramática história de amor, perda e traição, e o catastrófico impacto da morte de Jock em duas famílias escocesas muito diferentes. (…)

A minha opinião:
Toda a gente sabe da tragédia que foi o naufrágio do Titanic. Muito se tem falado sobre o tema, muitos livros editados e alguns filmes também. Mas pouco se sabe realmente sobre quem foram os verdadeiros heróis daquela fatídica noite: os músicos que nunca pararam de tocar enquanto o navio se afundava, impedindo que o pânico se generalizasse e o número de vítimas fosse ainda maior.
Um desses heróis foi Jock Hume, avô do autor do livro, o músico mais jovem da orquestra e “E a banda continuou a tocar...” relata o que foi a sua vida, mas sobretudo o que se passou depois dele morrer, aos 21 anos. Antes de partir para aquela viagem Jock sabia que deixava a sua noiva, Mary Costin, grávida do seu primeiro filho. Dessa união nasceria Johnann a 18 de Outubro de 1912, a mãe do autor, o jornalista Christopher Ward.
Andrew Hume, pai de Jock, era um músico de êxito, mas completamente alheio à mulher (mãe de Jock) e mentiroso no que diz respeito à sua actividade profissional e aos seus antepassados, fez com que Jock também se interessasse pela música, e sobretudo pelo violino, muito popular na Escócia.
Vivendo apenas para a sua arte, uma vez que no seio familiar sentia cada vez mais distância devido à indiferença com que o pai votava a mãe, Jock conhece Mary por intermédio da irmã e apaixona-se. No entanto, Andrew nunca viu com bons olhos a relação. Daí até Jock passar a viver em casa da mãe de Mary foi um passo. Foi nesse ano que viveram juntos que Mary ficou grávida. Vendo uma oportunidade de emprego no maior e melhor transatlântico do mundo, Jock não hesita. Seria o seu fim. A 14 de Abril de 1912 o Titanic acabaria por colidir com um iceberg, o que resultaria em1500 mortos. Desses apenas 306 corpos seriam recuperados. Um deles era Jock que ainda tinha junto a si o violino.
Uma das coisas que mais me chocou e acabaria por chocar muita gente na altura foi que, não podendo trazer todos os corpos para terra, houve uma selecção prévia daqueles que seriam resgatados e daqueles que seria devolvidos ao mar. Mais uma vez a condição social falou mais alto.
Baseando-se nos jornais da época, que relataram, alguns fidedignamente outros nem tantos, os factos o autor criou um livro apaixonante sobre a história após o naufrágio do Titanic, mas também da sua família. Contou ainda como o Andrew Hume se tentou aproveitar da morte do filho, como não reconheceu Johnann como sua neta e como se foi comportando ao longo do tempo até falecer. Relata ainda o drama que a irmã de Jock, Kate viveu após a sua morte e como isso viria afectá-la, juntamente com os maus tratos por parte do pai e da madrasta, na sua vida futura ao ponto de engendrar uma vingança contra eles.
Um livro a não perder para quem gosta de relatos históricos.

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