segunda-feira, 7 de maio de 2012

Juliana - Condessa Stroganoff - José Norton [Opinião]


Título: Juliana - Condessa Stroganoff 
Autor: José Norton
Editora: Livros d’Hoje
N.º Páginas: 440+12
Preço: 15,50 €
ISBN: 978-972-20-4794-4
1ª Edição: Abril de 2011

Sinopse:
Forçada a exilar-se em 1808, Juliana de Almeida Oeynhausen, a terceira filha da marquesa de Alorna, parecia condenada às agruras da emigração e à tristeza de um casamento infeliz. Contudo, dotada de um espírito vivo e inconformista, conseguiu libertar-se de constrangimentos sociais e familiares, vencer a adversidade e conquistar a sua independência e felicidade. As suas qualidades de mulher ilustrada e cosmopolita, foram conhecidas e apreciadas por grandes figuras da Europa de então com quem teve a oportunidade de privar: a rainha Vitória de Inglaterra, o imperador da Alemanha, e os czares Nicolau i e Alexandre ii da Rússia. A surpreendente e colorida história da sua vida, que uma investigação profunda e exaustiva permitiu trazer agora a público, foi esquecida e deturpada nos alvores do século xx e, desde então, a sua memória tem sido injustamente enxovalhada. Porém, como disse um diplomata português seu contemporâneo «não se pode fazer mais honra do que ela fez sempre ao nome português». Deixou abundantes provas disso mesmo em São Petersburgo, na Rússia, onde viveu os últimos anos da sua vida, como condessa Stroganoff.


A minha opinião:

Filha de uma poetisa e bisneta dos marqueses de Távora do lado materno, e filha do conto de Oeymhausen, militar alemão ao serviço de Portugal por parte do pai, Juliana tornou-se numa mulher muito interessante, embora esquecida pela nossa História.
Juliana teve uma vida marcadamente infeliz. Ora por ter casado sem amor, com um homem muito mais velho que ela, ora por ter vivido num tempo muito conturbado da História nacional.
Apesar de ser uma das jovens mais vistosas de Lisboa, Juliana teve mesmo de casar com Aires de Saldanha, conde de Ega e partir para Espanha onde este seria embaixador. Longe da família (a mãe encontrava-se em Londres e as irmãs em Portugal) Juliana sempre se sentiu só.
É através de cartas que ela envia à família que José Norton se documentou para fazer esta excelente biografia. Amante da cultura, Juliana foi uma mulher à frente do seu tempo, fazendo que mais gostava: ler e aprender. Não ligava muito a críticas vindas de fora e foi levando a sua vida mais ou menos como quis. Apesar de presa a um homem muito mais velha e ter apenas como companhia inicial as enteadas, Juliana foi adquirindo conhecimentos ao longo da sua vida, até que se apaixona por um barão russo: Grigory Stroganoff.
É aqui que a vida dela muda um pouco, pelo menos no campo amoroso, já que as saudades do seu país e das suas irmãs e mãe continuam presentes.
Porém as invasões francesas fazem com que regresse a Portugal juntamente com o marido. No entanto, as estreitas relações que ambos tinham com os franceses votaram-nos ao exílio para não morrerem nas mãos de uma população furiosa. Mais uma vez vê-se longe da família.
É com este tipo de vida que leva que Juliana se vai abaixo. Não fosse Stroganoff a dar-lhe o carinho e atenção devidas, Juliana seria ainda mais infeliz. Mas como num conto de fadas eles acabam por se juntar no final e vivem um grande amor.
“É a História que me empurra a escrever” diz José Norton e, felizmente para os seus leitores, o autor sabe cativar o leitor para as suas obras.
Muito bem documentado e situado em relação à época em que viveu Juliana, esta é uma obra que qualquer apaixonado por literatura deve ler.

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