terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A Mensagem do Limbo - Carlos Queirós [Opinião]

Título: A Mensagem do Limbo
Autor:
Carlos Queirós
Editora: Edita-me
N.º de Páginas: 332


Rita está em coma há dois anos, na Ala do Silêncio do piso oito, no hospital.

No corredor do rés-do-chão, Rafael espera a sua vez para a consulta de neurologia. Mais uma vez, uma violenta dor de cabeça o assolou enquanto aguardava que o Professor Pinto Fraga o chamasse para entrar. Uma criança passou na sua frente com a mão agarrada à saia de uma mulher. A menina sorriu-lhe. Teria uns cinco ou seis anos. Ele seguiu-lhe os passos até ao fundo do corredor. De súbito, a criança reapareceu-lhe à sua frente, parecendo envolta numa aura de luz. Quando Rafael tenta perceber quem era ela e porque se largou da mãe, a menina poisou-lhe a mão numa perna, a dor de cabeça desapareceu. A menina mais não era que uma alucinação – pensou. Mas a criança disse-lhe que no piso oito havia uma mulher em coma, que tinha de ser salva antes que lhe desligassem as máquinas de suporte de vida. Segundo ela, Rita Lemos, estava consciente, ouvia tudo o que à sua volta se passava, só não conseguia comunicar a pedir socorro.

O tumor que Rafael transportava no cérebro criou a si próprio e a outros a grande dúvida: a criança misteriosa seria uma alucinação ou alguém enviado de uma outra dimensão para comunicar uma emergência?

A minha opinião:
Depois de ter lido Trilho de Lobos, do mesmo autor, no início do ano passado, parti com curiosidade para este seu segundo livro. Ainda para mais sendo este livro uma homenagem à “Doentinha de Carvalhosa”, uma mulher que sempre reuniu muita gente à sua volta, que a ele acorriam com fé, para que as ajudasse a salvar das maleitas. Isto porque, enquanto jornalista, um dos meus primeiros trabalhos que fiz para o jornal do Marco de Canaveses, A Verdade, foi precisamente sobre Maria José Mesquita, a “Doentinha de Carvalhosa”.

Pensei que, uma vez que era uma homenagem à “Doentinha”, o livro falaria mais da mesma, até porque o autor é natural da mesma freguesia, Banho e Carvalhosa, mas infelizmente não. O autor apenas fala dela no início do livro e pouco mais.

No entanto, A Mensagem do Limbo, cedo me despertou.

Rafael, personagem principal, sofre de um enorme tumor na cabeça que o faz alucinar. Crédulo, o médico que o acompanha, vê a alucinação do seu paciente como uma consequência da sua doença, mas quando se depara com situações estranhas, como premonições que logo a seguir acontecem, pede ajuda a um colega seu, brasileiro, que já conta com alguma experiência nesta matéria.

O que é certo é que Rafael, desde que entra no hospital, consegue ver uma menina, Eva, com cerca de 5, 6 anos, que lhe conta como vão decorrer os próximos dias. Certo também é que mais ninguém consegue ver Eva. Mas que Eva está certa nas suas previsões, lá isso está. A menina surge não apenas para tranquilizar Rafael, mas também para lhe dar a conhecer Rita Lemos, uma paciente que se encontra no hospital há dois anos, desde que sofreu um acidente numa piscina que a colocou num estado vegetativo.

A leitura de A Mensagem do Limbo leva-nos a reflectir sobre aquilo que, por enquanto, se mostra irreversível. O facto de Rita Lemos não ter dado sinais de que poderá ter actividade cerebral, não quer dizer que está de facto morta. Contrariando os médicos, Rafael, com a ajuda de Eva, vão ajudá-los a provar isso.


Único defeito: não estabelece muita relação com a mulher e filho de Rafael o que torna o protagonista um homem completamente só com a doença.


Um leitura interessante que recomendo.

Excerto:

“Nunca se deve cortar uma árvore. Mesmo que esteja morta. Pode não estar!” 


Também poderá querer ler a opinião do outo livro do autor: 

Trilho de Lobos

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