terça-feira, 5 de novembro de 2013

O Colecionador de Erva - Francisco José Viegas [Opinião]

Título: O Colecionador de Erva
Autor: Francisco José Viegas
Editora: Porto Editora
N.º de Páginas: 312
PVP: 15,50€

Sinopse:
Jaime Ramos, o investigador protagonista dos livros de Francisco José Viegas, vê-se a braços com duas investigações paralelas: a do assassínio de dois imigrantes russos (antigos militares soviéticos), cujos corpos são encontrados no interior de um carro semicarbonizado, nos arredores do Porto e o desaparecimento de uma jovem de vinte anos, oriunda de uma família tradicional do Minho. Se uma das investigações o transporta às suas memórias de militante comunista e a uma velha paixão pela literatura russa, a outra leva-o a um mundo onde coabitam velhas famílias do Minho ou do Porto, sexo, marijuana, espionagem a políticos, venda de armas, negócios em Angola e as memórias de um país que vive entre ruínas (as do império e as das fortunas recentes e antigas), corrupção e luta pelo poder e que guarda os seus loucos no armário, para não parecer mal.
Com capítulos perdidos nos quatro cantos do mundo (entre Portugal, Rússia, Angola, Brasil ou Cabo Verde) "O Colecionador de Erva" funciona como uma montagem cinematográéca sem princípio, meio ou ém onde vários crimes são cometidos sem nexo aparente, onde personagens aparecem e desaparecem sem justiécação, e onde a solução nunca está à vista senão apelando à nossa imaginação, como num road movie.

A minha opinião:
Mais uma vez, Francisco José Viegas transporta para um livro seu Jaime Ramos, o inspector português com quem mais simpatizo. Um autêntico homem do norte e frequentador de sítios típicos portuenses, Jaime amos e o seu colega Isaltino, apesar de muito diferentes, conseguem formar uma parelha excelente.

Neste novo caso, Jaime Ramos e Isaltino vão-se deparar com o assassinato de dois imigrantes russos, que mais tarde se descobre terem sido militares, e uma mulher africana encontrada muito perto do primeiro local do crime. No interior de um carro abandonado num pinhal encontram-se os cadáveres dos dois comparsas russos. Um encontra-se ao volante, completamente carbonizado. O outro está na mala do carro. Ambos foram atingidos a tiro. O terceiro cadáver, o da mulher, é encontrado na margem de um rio, no fim da tarde desse dia. Também este corpo apresente ferimentos de balas.

Juntando a este caso o desaparecimento de uma menina rica, oriunda de uma família abastada minhota, Ramos e Isaltino vêem-se completamente envolvidos na investigação.

Nova na investigação, mas não menos misteriosa é Olívia, uma mulher quase a chegar aos 40 anos, que carrega em si vários mistérios que fiquei curiosa em ir descobrindo. No entanto, penso que ainda há muito por contar sobre ela, e que Francisco José Viegas vai voltar a esta personagem num próximo livro.

A acção desenrola-se entre o Porto, claro está, o Minho e a Galiza, à medida que a investigação vai tomando rumo. Brasil, Angola e Rússia também estão presentes, estando muitas das personagens interligadas ajudando à investigação dos crimes.

O Colecionador de Erva cheira a Porto, àquele Porto típico, de gente caricata e agradável, e bairrista, muito ao estilo do autor, que não esquece de também de mencionar nos seus livros as suas origens transmontanas, fazendo referência a alguns produtos típicos da gastronomia de Trás-os-Montes.

Para os fãs de Jaime Ramos, de livros policiais, e de livros com sotaque nortenho recomendo a sua leitura.





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