quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O Assassino do Aqueduto - Anabela Natário [Opinião]

Título: O Assassino do Aqueduto
Autor: Anabela Natário
N.º de Páginas: 296
PVP: 16€

Sinopse:
Nas ruas de Lisboa respira-se medo. A cidade não é segura e dentro de portas há um nome que atormenta os homens e mulheres da capital: Diogo Alves, de alcunha o Pancada. Poucos lhe conhecem o rosto, mas todos temem cair nas suas mãos. Lá do alto dos arcos do imponente Aqueduto das Águas Livres, sem dó nem piedade, Diogo Alves atira as suas vítimas num voo trágico de mais de 60 metros de altura. O grito, que faz estremecer tudo e todos, dá lugar ao silêncio da morte. A jornalista Anabela Natário, no seu primeiro romance, traz-nos a arrepiante história deste homem que aterrorizou Lisboa da primeira metade do século XIX. Nascido na Galiza, aos dez anos vem para Lisboa onde de criado nas casas mais abastadas da capital passou a ladrão e de ladrão a assassino cruel. Unido pelo coração à taberneira Parreirinha, com estabelecimento em Palhavã, Diogo Alves torna-se numa verdadeira lenda. Através da consulta dos jornais da época e de peças do processo, Anabela Natário recria o processo judicial de Diogo Alves, num romance recheado de mistério e intriga. É ao juiz Bacelar que cabe a difícil tarefa de descobrir e capturar Diogo Alves e o seu bando de malfeitores. Diogo Alves, embora deixe um rasto de violência e morte, consegue sempre escapar-se às mãos da justiça. É preciso detê-lo. O juiz não desiste e aos poucos, mergulhado no ambiente de violência e miséria que se vive na capital do reino, vai juntando as peças deste complicado puzzle de crimes e assaltos.


A minha opinião:
A história do último condenado à morte em Portugal é retratada num livro que me encheu as medidas: O Assassino do Aqueduto.

Diogo Alves, o Pancada, já há imenso tempo que havia imposto o terror na capital. Começou por assaltar pessoas, sobretudo no Aqueduto das Águas Livres, um local de passagem. Todos os que tinham a infelicidade de se cruzar com este assassino em série, eram roubadas dos seus bens e atiradas, sem dó nem piedade, numa viagem de mais de 60 metros, pelo aqueduto abaixo. O assassinato de mais de 70 pessoas fazia com que não restasse nenhuma vítima que fosse assaltada que não resultasse em morte. Daí nunca terem tido provas para o prenderem e acusarem. O que inicialmente foi tido como uma onda de suicídios foi passando a suspeita...

Anabela Natário não se limitou a contar a história de Diogo Alves, ou melhor, os últimos tempos de vida de O Pancada. A autora enquadrou na perfeição a primeira metade do século XIX, numa altura bastante conturbada a nível político, contribuindo para o enriquecimento da obra.

Diogo Alves é caracterizado como um ladrão e assassino astuto, acompanhado por uma mulher, muito provavelmente, mais inteligente ainda. Parreirinha, assim era apelidada Gertrudes Maria, era uma mulher de armas, tendo sido ela, muito provavelmente, a instigadora de todos os crimes cometidos por Diogo Alves.

Nascido em Espanha, vem aos dez anos para Portugal, onde começa a onda de crimes desde cedo. Apenas deixa os assassinatos no aqueduto quando este é fechado, precisamente por causa do número elevado de mortes. É aí que decide criar uma quadrilha, por forma a realizar assaltos a casas de fidalgos. É no rescaldo do assalto a uma dessas casas, que resultaria em quatro mortes, que o juíz Bacelar reúne provas para o condenar.

A captura de um dos membros do grupo que depois de "apertado" acaba por confessar o crime e desvendar o cabecilha do bando, faz com que o Pancada seja preso, embora sempre com a esperança de sair em liberdade com já tinha acontecido. Uma das testemunhas chave para o condenar seria a sua enteada...




Alves seria enforcado às duas e um quarto da tarde do dia 19 de fevereiro de 1941 no Cais do Tojo...

A sua cabeça seria depois decepada e guardada em formol para futuros estudos por parte de um médico e professor que desejava estudar o seu cérebro. Por causa disso, a sua cabeça ainda figura na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

Apesar de conhecer parte da história de Diogo Alves, todo este livro me surpreendeu de uma forma muito positiva. A forma clara e bem estruturada com que foi feito, o enquadramento histórico, fez com que me transportasse para uma época conturbada mas fascinante e conhecesse um assassino horrível, que matava a sangue frio sem pejo nenhum, mas que desejava há muito "conhecer".

Muito bom!



2 comentários:

nuno chaves disse...

Olá Maria Manuel, gostei muito desta tua opinião. Estou cada vez mais expectante em ler este livro.
Irei fazê-lo com certeza.
Obrigado

Maria Manuel Magalhães disse...

Se gostas deste género de livros, baseados em factos verídicos, vais gostar deste de certeza.

Eu sou fã deste género.

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