segunda-feira, 5 de maio de 2014

Adultério - Paulo Coelho [Opinião]

Título: Adultério
Edição/reimpressão:
Páginas: 232
Editor:Pergaminho
PVP: 16,60€
Uma mulher, casada, mãe de dois filhos, e jornalista de carreira, começa a questionar a rotina e a previsibilidade dos seus dias. Ao olhos de todos, tem uma vida perfeita: um casamento sólido e estável, um marido dedicado, filhos alegres e felizes, um trabalho que a faz sentir-se realizada. Contudo, já não é capaz de suportar o esforço necessário para fingir que é feliz, quando a única coisa que sente pela vida é uma enorme apatia. Tudo muda quanto reencontra, acidentalmente, um antigo namorado da sua adolescência. Quando se reencontram, desperta nela uma inesperada e violenta paixão, e fará tudo o que seja preciso para conquistar esse amor impossível.

A minha opinião: 
Confesso que estava à espera de mais. Desde "O Vencedor Está Só", que me tenho desiludido com os livros de Paulo Coelho. Não têm grande conteúdo e são escritos de uma forma leve demais e bastante repetitiva. Lembro-me de ter adorado "Veronika Decide Morrer", "O Demónio e a Srta. Prym", "Na margem do rio Piedra eu Sentei e Chorei" e "Onze Minutos", para destacar aqueles que mais me prenderam, e ultimamente desiludo-me com as suas obras.

Partindo do ponto de vista de uma mulher na faixa dos 30 anos, realizada profissionalmente e até em termos familiares, Adultério conta a história de Linda e da sua infidelidade em relação à sua família, sobretudo ao seu marido.

Linda é jornalista consagrada. Feliz, até que uma entrevista a um escritor a leva a reflectir sobre a felicidade e o que tem sido a sua vida até aqui.
"Não tenho o menor interesse em ser feliz. Prefiro viver apaixonado, o que é um perigo, pois nunca sabemos o que vamos encontrar à nossa frente." disse o escritor e a partir daí a vida da jornalista nunca mais foi a mesma.
A juntar a tudo isso, uma outra entrevista a um promissor político vai fazê-la regressar ao passado e a uma antiga paixão adolescente. E é aqui que tudo se torna estranho. Para uma mulher bem resolvida, tudo se desmorona nessa entrevista, tendo logo aí, sem que nada fosse prever, Linda caído perdida de paixão por um homem nada atraente em termos de personalidade. Acho que foi um acto um pouco abrupto, um pouco irreal...

O livro não é nada mais que isso, a dúvida de Linda entre ser feliz com um homem impossível visto também ele ser casado, ou manter o casamento com um homem que a ama, mas cuja chama já se extinguiu há muito tempo.

Paulo Coelho não aponta grandes alternativas ao desfecho desta relação, tornando o livro repetitivo, com acções porno, que nada adiantam à narrativa, e com pouco ensinamento. Em suma, com este título e a passar-se na Suiça, pensei que fosse um livro muito parecido com "Onze Minutos", mas estava redondamente enganada.

Gostei, contudo, das descrições que o autor faz da vida dos suiços, das suas leis, das suas manias e da sua forma de viver. Para mim isso foi o melhor do livro.
Para quem gosta de Paulo Coelho recomendo com algumas reservas, pois não é a sua escrita habitual.



4 comentários:

Bárbara Castro disse...

Nunca li nada de Paulo Coelho(ainda!), mas o Veronika Decide Morrer desperta em mim muita curiosidade! Peguei nele acidentalmente por ver estas capas novas e decide que tinha de o ler :)

Tomé
http://bloguinhasparadise.blogspot.pt/

Maria Manuel Magalhães disse...

Olá Tomé,

Veronika decide morrer é muito bom, foi dos primeiros que li do Paulo Coelho e dos que me fez procurar mais obras dele. Infelizmente a qualidade tem decaído.

Bem-vinda à blogosfera ;)

nuno chaves disse...

Olá Maria Manuel, há muitos anos que não leio nada de Paulo Coelho, que me começou também a desiludir, desde "Onze Minutos"
Tenho cá por casa para ler, a Bruxa de Portobelo, que comprei numa feira de usados.
Gostei muito de Veronica decide Morrer e também da Srtª Prym.
Deste autor, destaco o Magnifico Alquimista e também o Monte Cinco... o resto... bem o resto é papel.
Beijinhos e continuação de boas leituras

Maria Manuel Magalhães disse...

Parece que há muita gente a ter a mesma opinião que nós Nuno Chaves...

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