segunda-feira, 2 de junho de 2014

As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café - Agnès Martin-Lugand [Opinião]

Título: As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café
Autor: Agnès Martin-Lugand
N.º de Páginas: 208 páginas
PVP: 15,50 €
Guerra e Paz|Clube do Livro SIC

Sinopse:
Tantas vezes perguntamos: o que nos faz felizes? E, no entanto, parece ser preciso vir a vida roubar-nos tudo quanto temos, pouco ou muito, para que partamos à procura da nossa verdadeira resposta.

Depois da morte do marido e da filha num brutal acidente de automóvel, Diane fecha-se em casa durante um ano, imersa em recordações, incapaz de reagir. Mas, quando já nada parece poder mudar, é precisamente uma dessas recordações que a faz escolher Mulranny, uma pequeníssima aldeia na Irlanda, como destino.
Instalada numa casa em frente ao mar, Diane é gentilmente recebida por todos os habitantes – todos menos um. Será Edward, o bruto e antipático vizinho, a resgatar Diane da apatia em que parece estar novamente a mergulhar. Primeiro, pela ira e pelo ódio. Mas depois, contra todas as expectativas, pela atracção. Como enfrentar este turbilhão de sentimentos? O que fazer com eles?


A minha opinião: 
A capa, o título e a sinopse fizeram com desejasse ler este livro logo que o tivesse em mãos.
E, tirando o final, que fez com não lhe desse 5* estrelas no Goodreads, este livro é bom, muito bom.

Diane, uma jovem mulher, não consegue parar o luto que faz há um ano. O seu marido e filha morreram num acidente de viação e com eles morreu também o seu gosto pela vida. Fechada em casa, entregue à bebida e à dor, Diane vive unicamente o dia a dia.

No entanto, depois de estar um ano inteiro encarcerada em casa, desistindo do emprego e de sociabilizar, Diane decide fugir do insistente Félix, seu sócio e amigo, e ganhar coragem e partir para uma pequena aldeia irlandesa chamada Mulranny.

Deixa para trás o café literário que abriu com Félix, cujo nome dá título ao livro, e "foge" para a Irlanda, o destino de sonho de Colin, o seu falecido marido. O café literário é, praticamente, a única referência a livros e café, pelo que se se adquiriu o livro apenas pelo título, pode ficar desiludido. Mas não desista de ler por causa disso, porque perderá uma excelente leitura.

Mas a história vai muito para além do título. Agès soube criar um clima de introspecção, de luto, de tal forma bem enredado, que me dei por mim muitas vezes na pele da personagem (bater na madeira) e colocar-me na posição de Diane. Como será que reagiria se tal me acontecesse? Será que também não me isolaria? Perder o marido e uma filha não deve ser nada fácil. Houve partes, sobretudo no início, que fiquei com um nó no estômago. 

É na pequena localidade irlandesa que Diane vai recomeçar com a sua vida. Aos poucos vai saindo do casulo e conhecendo as pessoas da região, começando com os seus senhorios, um casal simpático, afável e prestável que, mesmo sem saber o que move Diane até aquele local, se mostram amorosos com ela. O único senão é o vizinho indesejável e desagradável, Edward.

Previsivelmente, o ódio entre ambos depressa passa a amor, ou carinho especial, mas se se pensa que esta será a típica história de amor "e foram felizes para sempre", desenganem-se.


A leitura também é uma das principais coisas que me faz feliz. Substituíria o café ao chá para uma boa companhia de leitura e a meiguice terna da minha gata. Mas o que me faz feliz é muito mais que isso e Agnès prova isso mesmo no livro. Qual o poder que tem para nós a nossa família?

Adorei esta pequena e rápida leitura, que recomendo sem reservas.

Excerto: 
"A única família que conheci, a minha verdadeira família, acabo de a perder." - pag. 40




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