quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Não Digas Nada - Mary Kubica [Opinião]

Título: Não Digas Nada
Autor: Mary Kubica
Páginas: 336
Editor: TopSeller
PVP: 19€

Sinopse:
Um thriller psicológico intenso e de leitura compulsiva, Não Digas Nada revela como, mesmo numa família perfeita, nada é o que parece.
Tenho andado a segui-la nos últimos dias. Sei onde faz as compras de supermercado, a que lavandaria vai, onde trabalha. Nunca falei com ela. Não lhe reconheceria o tom de voz. Não sei a cor dos olhos dela ou como eles ficam quando está assustada. Mas vou saber.
Filha de um juiz de sucesso e de uma figura do jet set reprimida, Mia Dennett sempre lutou contra a vida privilegiada dos pais, e tem um trabalho simples como professora de artes visuais numa escola secundária.
Certa noite, Mia decide, inadvertidamente, sair com um estranho que acabou de conhecer num bar. À primeira vista, Colin Thatcher parece ser um homem modesto e inofensivo. Mas acompanhá-lo acabará por se tornar o pior erro da vida de Mia.

A minha opinião:
Contado através de três narradores (Eve Dennett, mãe de Mia; Gabe Hoffman detective encarregue do caso e Colin Thatcher raptor de Mia) que se centram tanto no presente como no passado Não Digas Nada é um trhiller psicológico profundo.

O facto de cada uma das três personagens nos irem contando a história ajuda-nos a perceber o que cada um está a passar, o que pensam sobre o caso e sobre o passado levando o leitor a fazer uma análise cuidada e psicológica de todos os envolvidos. A fragilidade de cada um é por demais evidente levando-nos a pensar que esta poderia muito bem ser uma história verídica.

Mia está desaparecida. Professora de educação visual numa escola secundária, pouca relação tem com a família, que tem uma vida próspera. Mia é quase como um patinho feio aos olhos do pai, que vê nela um projecto mal sucedido. Por outro lado, a mãe compreende-a e, a seu jeito, ama-a muito.

"James nunca se preocupou com Mia, nem com a origem da sua revolta, e, por consequência, do seu mau comportamento. Apenas lhe interessava o impacto que as suas acções podiam ter sobre ele."

Mary Kubica valoriza a obra ao relatar as vidas de Mia e Colin Thatcher (o seu raptor) antes e depois do rapto. Só assim conseguimos compreender em pleno o sofrimento de ambas as personagens. Pessoas marginais, um tanto que ignoradas no seio familiar, pelo menos por algum membro da família, e "obrigadas" a lutar por si mesmas e pelos objectivos que pretendem alcançar.

Ao mesmo tempo vamos acompanhando a investigação levada a cabo por Gabe Hoffman que, através do seu testemunho e pensamento fica mais clara e lógica.

A família de Mia, os Dennett vivem para as aparências. Eve, a sua mãe, é uma mulher frustrada, infeliz, obrigada a renegar as suas origens britânicas em prol das norte-americanas, apenas porque o seu marido quer. James é um advogado conhecido, com interesses na política, que vê no rapto de Mia um escândalo e nada mais. Apenas Grace seguiu os seus passos e é com ela que se preocupa e orgulha.

Contrariamente à família Denett, Colin Thatcher é um miúdo que cedo aprender a desenvencilhar-se sozinho. Sem pai e com uma mãe bastante doente, cedo se mentalizou que tinha de cuidar dela e deixou os sonhos de infância para trás. Esta foi, sem dúvida, a personagem com quem criei logo empatia.

Muito bom.

2 comentários:

Ana Wiesenberger disse...

Olá! Pra quem gosta de Thrillers recomendo a leitura de John Katzenbach. Li dois dele muito bons.
Um abraço
Ana Wiesenberger

Maria Manuel Magalhães disse...

Olá Ana, fica registado. Obrigada pela sugestão.

Beijinhos,
Maria Manuel

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