sexta-feira, 21 de novembro de 2014

O Demónio na Cidade Branca - Erik Larson [Opinião]

Título: O Demónio na Cidade Branca
Autor: Erik Larson
Género: Não Ficção
Tradução: Raquel Dutra Lopes
N.º de páginas: 488
PVP: 19,90€

Chicago. 1893. Um homem construiu um paraíso na terra. Outro construiu um inferno ao lado.
Em O Demónio na Cidade Branca, Erik Larson, autor do best-seller No Jardim dos Monstros, cruza a história da Feira Mundial de 1893 com o percurso de H. H. Holmes, um serial killer astuto que, através da feira, atraiu dezenas de pessoas para a morte. Um livro que combina uma pesquisa meticulosa da recém-descoberta História e as emoções da melhor ficção, dignas de um thriller.


A minha opinião:
O Demónio na Cidade Branca combina dois géneros que poderiam redundar num fracasso: a realização de uma feira mundial e a os crimes atrozes de um assassino em série ocorridos na mesma altura, no mesmo local. Isto porque Eric Larson poderia correr o risco de não desenvolver na perfeição um dos temas. Porém, não foi isso que aconteceu.

Talvez porque tanto um como outro tema me tenham fascinado, fiquei colada ao livro livro desde a primeira página, o que me fez querer ainda visualizar algumas da obras de arte que por lá se fizeram aquando da feira, embora, na sua maioria, já não exista.
A feira chamada como World’s Columbian Exposition para homenagear os 400 anos da descoberta da América por Colombo, era tido como "o principal acontecimento da história do país desde a Guerra da Secessão" segundo Richard Harding Davis.

Projectada por Daniel H. Burnham queria que a "Cidade Branca" fosse falada a nível mundial, que fosse comparada à Exposição Universal de 1889 cuja Torre Eiffel era o ex-libris. Burnham viveu sempre o desejo de projectar um objecto que fizesse frente à torre metálica projectada por Eiffel e acabaria por projectar a primeira roda gigante que também faria enorme sucesso, embora não com a mesma força.



Ao mesmo tempo em que a feira mundial era organizada, aparece em Chicago um jovem médico Herman Webster Mudgett, já sob o nome porque ficou conhecido H. H. Holmes, já com um fascínio pela dissecação do corpo humano. Holmes viu na realização da feira uma boa oportunidade para ganhar dinheiro fácil, uma vez que a feira iria chamar muita gente, gente à procura de trabalho, gente anónima, sobretudo mulheres jovens, sozinhas. Holmes, com os seus conhecimentos de medicina, começa a trabalhar primeiramente numa farmácia, e cedo ganha fama. Os clientes aumentam, e o dinheiro também. O que o leva a comprar a farmácia a uma idosa que acaba por desaparecer misteriosamente. Com o dinheiro que vai ganhando na farmácia Holmes vai construindo um edifício enorme com mão de obra barata (se não gratuita), onde mais tarde vai hospedar centenas de pessoas que ali pernoitam para assistir à feira mundial. É ali que fará centenas de fraudes com seguros e matará centenas de pessoas.E é precisamente pelas fraudes que é apanhado e não pelos assassinatos...

 Numa altura em que Inglaterra vive com medo de Jack, o Estripador, em Chicago anda à solta um dos primeiros assassinos em série sem que ninguém dê por isso.

Erik Larson consegue reunir os factos na perfeição, juntando uma excelente história transformando-a numa thriller arrepiante, que por momentos me fez lembrar A Sangue Frio de Capote.
Muito bom.



Excerto: 

"Era tão fácil desaparecer, tão fácil negar conhecimento, tão, tão fácil entre o fumo e o barulho ocultar que algo sombrio tivera lugar lugar. Era assim Chicago, na véspera da maior feira da História." pag. 29

Pequeno documentário sobre a feira: 

http://gizmodo.uol.com.br/feira-mundial-1893/

Pequeno documentário sobre o assassino em série:



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