sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Depois da publicação de Os Maias, de Eça de Queiroz, e O Que Fazem Mulheres, de Camilo Castelo Branco, a Guerra e Paz prossegue a edição de Clássicos da Literatura Portuguesa com A Cidade e as Serras

Título: A Cidade e as Serras
Autor: Eça de Queiroz
N.º de Páginas: 264
PVP: 9,50 €
Género: Ficção/Literatura Portuguesa
Nas livrarias a 3 de FevereiroGuerra e Paz Editores

Sinopse:
No fim da vida, numa carta a uma parenta aristocrata que conhecera Paris nos tempos áureos, terminava Eça: «Deus nos dê paciência para aturar a civilização.» A par da descrença, que se ia insinuando naquele fim de século, na ciência e na técnica, a visão da vida e do mundo de Eça, a caminho dos 60 anos, também já era outra.

A Cidade e as Serras é o último romance de Eça de Queiroz, obra que o autor não viu publicada em vida, nem tão pouco pôde rever com a minúcia e o engenho que lhe eram carac­terísticos. São dezasseis capítulos os que constituem o livro que é muitas vezes apontado como o marco de viragem no corpus queirosiano e onde assistimos à gradual transformação de Jacinto de Tormes, personagem não menos vezes tida, por leitores e estudiosos, como reflexo do próprio autor.

De homem citadino e adepto incondicional da civilização e do progresso, representados pela cidade de Paris, então ca­pital do mundo, entregue a um fastio e a um tédio inexplicá­veis, Jacinto metamorfoseia-se em apaixonado pela Natureza e pelo campo (e, concretamente, as serras de Tormes), cheio de entusiasmo, vitalidade e apetite pela vida. O desenlace vem, pois, desmentir o citadino do início da intriga, que jurava que «o homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado». Jacinto nunca mais voltaria a Paris.

Sobre o autor:
Nasceu a 25 de Novembro de 1845 na Póvoa do Varzim. Por não ser reconhecido pela mãe, viveu até aos 4 anos em Vila do Conde, com a madrinha. Em 1849, os pais casaram-se e Eça mudou-se para casa dos avós paternos, em Aveiro. Só aos 10 anos regressou ao Porto e se juntou aos pais. Concluídos os estudos liceais no Colégio da Lapa, ruma a Coimbra em 1861 para cursar Direito. É aí que conhece Antero de Quental e Teófilo Braga. Já formado, vai de malas e bagagens para Lisboa em 1866, e é na capital que se dedica à advocacia, mas também ao jornalismo, dirigindo o Distrito de Évora e publicando folhetins na Gazeta de Portugal, que seriam reunidos anos mais tarde em Prosas Bárbaras. Depois de viajar pela Palestina, Síria e Egipto e assistir à inauguração do Canal do Suez, em 1869 – viagem que desaguaria, mais tarde, em títulos como O Egipto e A Relíquia – envolve-se nas Conferências do Casino e começa a espalhar As Farpas, em 1871, um ano depois de ter publicado O Mistério da Estrada de Sintra, no Diário de Notícias, ambos a quatro mãos, com Ramalho Ortigão.

Ingressa depois na carreira diplomática, e é em Leiria, como administrador do concelho, que escreve O Crime do Padre Amaro. Entre 1873 e 1875, exerce o cargo de cônsul em Havana, Cuba, e é depois transferido para Inglaterra. Durante os dois anos que se seguem, envia textos de Bristol e Newcastle para a imprensa nacional e brasileira, inicia a escrita de O Primo Basílio e faz os primeiros esboços para Os Maias, O Mandarim. Regressa à pátria com 40 anos e casa-se, em 1886, com Emília de Castro Pamplona, onze anos mais jovem. Em 1888, é enviado para o consulado de Paris. Segue-se a publicação dos Maias e, nos periódicos, da Correspondência de Fradique Mendes e A Ilustre Casa de Ramires. Fundador da Revista de Portugal, de que é também director, visita frequentemente o país, aproveitando as estadas para jantar com os Vencidos da Vida. É no Paris de Jacinto, de A Cidade e as Serras – título que, como muitos da sua obra, só viria a ser publicado postumamente –, que vem a falecer a 16 de Agosto de 1900, vítima de doença prolongada.

Adoro esta coleção. As capas são lindíssimas. E este livro é dos melhores que Eça escreveu. Depois de o lerem é obrigatório uma visita a Tormes ;) Já o li há anos, quando foi obrigatório na minha altura do secundário e gostei. Depois, anos mais tarde visitei Tormes, Baião, concelho ao lado do meu, com os meus pais. Anos depois, quis mostrar o cenário de Eça ao meu futuro marido e visitei novamente Tormes, mas o gosto pelos livros não se entranhou nele... Daqui a uns anos, poucos, quero levar a minha filha, porque Eça é obrigatório!


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