quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

A Rapariga Dinamarquesa - David Ebershoff [Opinião]

Título: A Rapariga Dinamarquesa
Autor: David Ebershoff
N.º de Páginas: 328
Editor: Porto Editora
PVP: 17,70€

Sinopse
Inspirada na história verídica do pintor dinamarquês Einar Wegener e da sua esposa americana,A Rapariga Dinamarquesa traz-nos um retrato terno e comovente sobre um amor que desafia todos os limites.

Tudo começa com um simples pedido. A modelo que Greta está a pintar cancelou a sessão agendada, na altura em que faltam apenas alguns pormenores para a conclusão do quadro. A pintora pergunta então ao marido se se importa de calçar umas meias e sapatos de senhora por alguns momentos, para ela poder finalizar os últimos detalhes.
Este pequeno favor irá trazer consigo uma série de transformações à vida de Einar, que descobre em si uma identidade até então desconhecida. Com elas, começa uma das mais apaixonantes e invulgares histórias de amor do século XX.

A minha opinião:
Logo que saiu em 2010 que este livro que me tinha ficado debaixo de olho. Gosto de livros baseados em factos reais e a história do pintor Einar Wegener, da qual eu não conhecia nada, cativou-me pela sinopse. Depois, outros livros foram saindo e este livro foi ficando na wishlist e acabou por não sair de lá até agora. A chegada aos cinemas do filme baseado no livro foi o mote para que me viesse parar às mãos. Desde já devo agradecer à gentileza da Porto Editora que prontamente acedeu ao meu pedido e mo enviou para que pudesse ler antes de ter a curiosidade de ver o filme.

Einar Mogens Wegener, ficou conhecido por ter sido, muito provavelmente o primeiro transexual a submeter-se a uma cirurgia genital, tendo abandonado definitivamente o seu nome de baptismo após a realização dessa cirurgia a adoptado legalmente o nome de Lili Ilse Elvenes e parado de pintar. Einar era hermafrodita ou tinha uma sexualidade intermédia e, desde criança, tinha sentido a necessidade de mudança. 
Enquanto adulto, a mudança acentua-se sobretudo quando a mulher lhe pede para que se calce umas meias e pose para ela. Aí Einar passa a ser Lili, o seu alter-ego. 
Gerda Wegeder, a sua mulher, tem um papel preponderante na vida de Einar. Uma mulher muito avançada para a época, anos 20, que apesar de gostar imenso do seu marido, acompanha-o em todo o processo de transformação, levando-o a vários médicos que o aconselham, muitos de forma errada, sobre o que poderá ter. Talvez por Gerda estar inserida no meio artístico (foi também pintora, desenhista e ilustradora) fez com que visse a diferença de uma outra forma. 

De referir que no final do livro o autor menciona que A Rapariga Dinamarquesa é uma obra de ficção e que apenas a história de Einar é baseada em factos reais. Todas as outras personagens são inventadas. O que acaba por ser um grande balde de água fria para quem viveu tão intensamente o livro como eu. Se a história de Gerda era inventada o autor poderia pelo menos ter alterado o seu nome para não induzir em erro o leitor, pelo menos na minha perspectiva. David Ebershoff muda a nacionalidade de Gerda para Californiana, enquanto na realidade ela é Dinamarquesa e, de facto, pouco fala sobre ela. Aliás, mostra-a como uma pintora menor, o que na realidade não se traduz. Não a mostra com uma pintora erótica, nem como uma possível lésbica, como mais tarde vim a pesquisar.
À parte isso, adorei a caracterização que o autor fez de Einar, um homem triste num corpo que não era o seu, mas ao mesmo tempo obstinado para alcançar o seu sonho, o de se tornar uma mulher. 
Recomendo. 

  

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