quarta-feira, 16 de março de 2016

Conquistadores - Como Portugal Criou o Primeiro império Global - Roger Crowley [Opinião]

Título: Conquistadores - Como Portugal Criou o Primeiro império Global
Autor: Roger Crowley
Título Original: Conquerors: How Portugal Forged the First Global Empire
Tradução: Jorge Freire
Páginas: 304
Coleção: Diversos Ensaio N.º 34
PVP: 18,50€

Sinopse:
O historiador Roger Crowley conta-nos como Portugal construiu um grande império marítimo europeu, dando origem à primeira economia global. Numa narrativa empolgante e solidamente documentada, que equilibra a vertente humana e as dimensões geopolítica e religiosa, o aclamado autor aborda a supremacia marítima de Portugal, com a descoberta do caminho marítimo para a Índia no seu âmago, as vitórias sobre governantes muçulmanos e o domínio do comércio das especiarias, revelando-nos o alcance do império português e dando vida a personalidades como D. Manuel I, D. João II, Afonso de Albuquerque e Vasco da Gama. O relato essencial e atualizado de como uma das nações mais pequenas e pobres da Europa pôs em movimento as forças da globalização que hoje dão forma ao mundo. Uma obra que dará a conhecer ao leitor português a sua própria história na perspetiva de um investigador estrangeiro.

A minha opinião:
No início do século XV Portugal via-se com sérias dificuldades na sua subsistência. Tinha falta de cereais e ouro e tinha uma necessidade enorme de alargar a sua área de pesca. O desejo de expandir o comércio e de espalhar a fé cristã por outros países, sobretudo pelos países, levou os Portugueses a criar o primeiro império global. 
Em 1415 conquistam Ceuta, norte de África. 

"Em agosto de 1415, uma frota portuguesa atravessou o Estreito de Gibraltar e atacou o porto muçulmana de Ceuta, em Marrocos, um dos pontos mais fortificadas e estratégicos de todo o Mediterrâneo."

Começa assim a ambição portuguesa, cuja população não era superior a um milhão de habitantes. No entanto, Ceuta, a nível económico revelou-se um autêntico fracasso, levando os navegadores portugueses, dirigidos pelo Infante D. Henrique, a explorar o continente africano em busca de ouro, especiarias e escravos.  


Pelas palavras de Crowley vamos acompanhando as conquistas dos portugueses, relembrando algumas coisas que já conhecemos, aprendendo outras que não sabíamos de uma forma interessante e envolvente. 

Crowley retratou o povo português como empreendedor, obstinado e que aproveitou as fraquezas de outros para poder enriquecer. Até dos vizinhos espanhóis, quando expulsaram de Espanha diversos judeus. 

"Entre os refugiados estava o astrónomo e matemático judeu Abraão Zacuto, cuja criação de uma astrolábio náutico e de um livro de tabelas para permitir determinar a posição dos corpos celestes viria a revolucionar a navegação marítima."

E é no reinado de D. João II que se dá a grande parte das descobertas que culminará com D. Manuel I. D. João II morre sem conseguir descobrir o caminho marítimo para a Índia, mas consegue grandes progressos. Bartolomeu Dias passa o Cabo da Boa Esperança , o Tratado de Tordesilhas é assinado entre Portugal e Espanha, tudo isso é retratado e bem retratado por Crowley. O autor não se esquece da importância de Pêro da Covilhã e de Afonso de Paiva, exploradores portugueses, na sua missão pelo oriente.  

Com D. Manuel I vem a descoberta do caminho marítimo para as Índias,  E Afonso de Albuquerque um homem motivado e movido pelo sonho que partilhava com o reu de destruir o Islão, parecendo que tinha pouco tempo para o fazer. A figura central do livro seria mesmo Albuquerque, pelo menos a mais forte, mostrando-se uma personagem extremamente importante para a época, tendo as suas acções militares e políticas sido foram determinantes para o estabelecimento do Império Português no oriente.

Apesar de todo o seu feito e da sua estratégia militar em ter procurado fechar todas as passagens navais para o Índico, foi destituído de governador por D. Manuel I, o que o deixou desiludido com o monarca, morrendo pouco tempo depois. 

«Os meus pecados certamente são grandes para o rei. Condena-me pelo amor pelos homens, e os homens condem-me pelo amor que tenho ao rei.»

Acompanhado de imagens, cartas e de uma extensa bibliografia. Conquistadores de Roger Crowley é um relato emocionante dos feitos dos portugueses pelos mares nunca dantes navegados. Um povo pobre, mas cuja bravura fez com que desejasse conhecer novos mundos e daí extrair ouro, especiarias e implementar a nossa cultura a outros povos.

Muito bom. 




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