sexta-feira, 15 de abril de 2016

Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-Rosa - Judith Kerr [Opinião]

Título: Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-Rosa
Autor: Judith Kerr
Encantador, comovente, divertido. O clássico da literatura juvenil sobre a Segunda Guerra Mundial.
Edição/reimpressão:2015
Páginas: 256
Editor: Booksmile
Faixa etária: a partir dos 10 anos
PVP: 14,39€

Sinopse
Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-Rosa é uma das obras mais lidas por jovens de todo o mundo. Considerada um clássico da literatura juvenil, e inspirada na vida da própria autora, fala-nos da Segunda Guerra Mundial numa nova perspetiva e até com algum humor.

Vive-se o ano de 1933. Anna tem apenas nove anos e anda demasiado ocupada com a escola e com os amigos para reparar nos cartazes políticos espalhados pela cidade de Berlim com a suástica nazi e a fotografia de Adolf Hitler, o homem que muito em breve mudaria a face da Europa. Ser judeu, pensa ela, é apenas algo que somos porque os nossos pais e avós são judeus.

Mas um dia o pai dela desaparece inexplicavelmente. E, pouco tempo depois, ela e o irmão, Max, são levados pela mãe com todo o sigilo para fora da Alemanha, deixando para trás a sua casa, os amigos e os amados brinquedos. Reunida na Suíça, a família de Anna embarca numa aventura que vai durar anos.

A minha opinião: 
Numa altura em que o tema refugiados está na ordem do dia, este livro juvenil, devia ser leitura obrigatória, não apenas a jovens mas também a adultos. Depois de ter visto alguns famosos numa acção promovida pelo Governo a revelar o que levariam numa mochila, caso um dia fossem refugiados, levou-me a pensar que deviam mesmo por-se num papel de refugiado e começar por ler este pequeno livro, contado por uma criança de nove anos que teve de deixar quase tudo para trás, até o coelho cor-de-rosa de que tanto gostava.

Estamos no ano de 1933 e a Alemanha vive tempos de mudança. O pai de Anna, um escritor alemão bastante famoso, mas judeu, prevê que Hitler chegue ao poder e, como crítico assumido do regime nazi, decide desaparecer misteriosamente. Anna, apesar de ter deixado de ver o pai, não compreende o que poderá mudar no país onde nasceu. Faz a sua vida normalmente, brinca com os amigos e o irmão e nem repara que a mudança pode estar eminente. A sua vida até aqui é bastante confortável, a sua família vive bem e é uma menina feliz.

Depois do pai, Anna e a família têm de fugir, à pressa para a Suíça, um país completamente diferente do seu, onde não sabem a língua e onde os costumes da população são tão estranhos. A demonstração de carinho por parte dos suíços exemplificadas por Anna deixaram-me com um sorriso nos lábios. 

Mas a história de Anna não se fica pela Suíça provando que uma vez refugiado se pode sê-lo para toda a vida. Da Suíça partem para França e, por fim, para Inglaterra, sempre em busca de uma vida melhor e para onde possam dar mais projecção à escrita do seu pai.

Durante 250 páginas vamos acompanhando a vida de Anna e dos seus familiares, de uma forma subtil, sem quase não se tocar na Segunda Guerra Mundial, e vamos conhecendo também um pouco da história da própria autora já que este livro é baseado na sua vida. Completamente adaptável à forma de vida dos países para onde se desloca, e mesmo passando por dificuldades, a família mantém-se unida em todas as adversidades. 

Destaque para o prefácio de Carla Maia de Almeida, tão actual e para as ilustrações autora que são maravilhosas. 

Um livro para ler e reler com a família. 

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