terça-feira, 20 de junho de 2017

Compaixão - Jodi Picoult [Opinião]

Título: Compaixão
Autor: Jodi Picoult
Editor: Livraria Civilização 
Páginas: 623

Sinopse:
Se o amor da sua vida lhe pedisse ajuda para morrer, que faria?
O comandante da polícia de uma pequena cidade de Massachusetts, Cameron McDonald, faz a detenção mais difícil da sua vida quando o seu primo Jamie lhe confessa ter matado a mulher, que sofria de uma doença terminal, por compaixão. Agora, um intenso julgamento por homicídio coloca a cidade em alvoroço e vem perturbar um casamento estável: Cameron, colaborando na acusação contra Jamie, vê-se, de repente, em confronto com a sua mulher, Allie – fascinada pela ideia de um homem amar tanto a mulher a ponto de lhe conceder todos os desejos, até mesmo o de acabar com a vida dela. E quando uma atracção inexplicável leva a uma traição chocante, Allie vê-se confrontada com as questões sentimentais mais difíceis: quando é que o amor ultrapassa os limites da obrigação moral? e o que é que significa amar verdadeiramente alguém?”

A minha opinião: 
Já tinha o livro Compaixão da Jodi Picoult desde que saiu em maio de 2010. 
Por nenhuma razão em concreto ele foi ficando na estante e a leitura era sempre adiada até que surgiu o projecto desenvolvido pela Elisa do blogue "A Miúda Geek", a Dora do canal "Books & Movies" e a Isa do "Jardim de Mil Histórias" "Um ano com a Jodi". 

Mas, e apesar de gostar muito da autora, esta foi uma leitura decepcionante. Não houve uma pessoa no grupo que gostasse da história e da forma como foi desenvolvida. E a história até que começou bem. 

James MacDonald, primo do comandante da polícia de uma pacata cidade do Massachusetts, revela que assassinou a mulher que se encontra ao seu lado na viatura.

Sofrendo de um cancro em fase terminal, Maggie pede ao grande amor da sua vida, o seu marido, para que acabe com a sua vida. O que não ficou bem claro é porque é que Maggie não se suicidou, já que tinha possibilidade de o fazer, e colocou nas mãos do marido a sua vida, e a probabilidade de o levar à cadeia. 

"Não sei o que se passa. Deve ser por estar sempre a pensar no quanto temos de amar alguém para sermos capazes de lhe fazer uma coisa daquelas. É uma coisa horrível de imaginar."

Paralelamente, vamos acompanhando a vida de Cameron, e o seu monótono casamento com Allie. Tão sensaborões que até dói. A vida deles só será agitada com a chegada de Jamie e de uma estranha rapariga Mia. 

Eutanásia e adultério são os dois temas fortes de Compaixão, que poderão dividir o leitor. Sem expressar qualquer tipo de opinião, deixa a parte de juízes para os que a leem. Até que ponto seriam capazes de matar por amor? Até que ponto convenceriam a pessoa que amam a matar? 
E quanto ao adultério? Perdoariam ao vosso amor uma traição? 

"num casamento nunca é mesmo a meias. É sempre setenta-trinta ou sessenta-quarenta. Há sempre alguém que se apaixona primeiro. Alguém que coloca a outra pessoa num pedestal. Alguém que se esforça muito para que as coisas corram bem; a outra pessoa limita-se a deixar-se levar."

"Alguém que ama é alguém que se deixa amar."  

Um livro para reflectir, mas que não me encheu as medidas. 







2 comentários:

São disse...

Eu confesso que acabei a leitura deste livro a sentir-me doente. Nesse sentido o livro tem força. Já li há uns dois anos, ainda estava em Penafiel e foi através da biblioteca itenerante. A parte do adultério até me fez pensar nas relações matrimoniais (estava numa fase boa para pensar nisso)e , por acaso, até concordo que na maioria dos casos funciona mesmo essa "fórmula" do 70/30 ou 60/40... Não é a primeira vez que ouço isso e pelo que reparo, é mesmo isso que acontece. Há sempre um que se apaixona primeiro e é esse que é o que "detém" a percentagem maior. Até já ouvi a expressão "Há um que ama e outro que se deixa amar"... Não será assim com todos os casais e mesmo dentro dessa percentagem havará muitos que são 51/49... Mas reparei sempre , porque observava pessoas à minha volta, que , regra geral, era assim... E se calhar funcionam bem... Sei que reflecti sobre isso e essa parte até nem foi a pior do livro a nível de história, embora não seja nova... Já a vi ser abordada em outros romances, filmes, novelas...

Agora... A parte da eutanásia acabou comigo. Para começar uma hipocondríaca como eu ler certas coisas é de chegar ao final com os sintomas todos, mas nem iria por aí, para já, porque isso não é culpa da autora. E até mostra como o livro toca... Agora, a história em si... Oh, God! Eu tenho tendência a antipatizar um pouco com as personagens da Jodi... Regra geral, os dramas que enfrentam parece que as torna egoístas, em certa medida... Mas esta Maggie bateu tudo! Achei toda aa quela história macabra, irreal, sei lá... Desconcertante... Não sei quantas vezes pensei, ao longo do livro, em desespero "Mas esta gaja, ainda que em fase terminal, está ainda de pose das faculdades todas, porque é que não pega numa corda e não se mata??? É preciso envolver os outros???? Isso é para quem está tetraplégico!!!!" Acho que era esse o ponto, muito resumidamente. Mas também me parece que a Jodi juntou propositadamente os dois temas, naquela ideia do elemento do casal que ama mais... Mas que fosse! É macabro! Como é que... Como é que alguém é capaz de uma coisa daquelas?? Como é que a doença torna as pessoas tão egoístas?? Revoltei-me várias vezes e pensei "Mas se esta mulher tivesse um pingo de decência fazia isto ao marido?? Sabendo , ainda para mais, que além de ter que carregar para sempre a cruz de ter acabado com a vida dela, ainda que estivesse em fase terminal, iria certamente ter problemas com a justica???" E quis me parecer que ela não queria só acabar com a vida dela de uma vez, queria acabar com a dele... Sei que foram reacções a quente, mas foram as minhas... Se ele o amasse, ou se tivesse algum respeito por ele, acabava com a vida sem lhe dizer nada sequer, que é diferente...
(continua)

São disse...

Aquele fim de semana de despedida foi do mais macabro que já li... Não me parece possível... Como é que um casal consegue passar um fim de semana daqueles sabendo que, no final do mesmo, um deles vai matar o outro? Não me parece possível... Por mais que tentassem abstrair-se dessa ideia enquanto não chegava o momento, não me parece possível que conseguissem! Se eu já me parece difícil quando ouço ou leio que casais passam fins de semana descontraídos, antes de um deles ir para uma viagem perigosa ou para um intervenção cirúrgica arriscada, quanto mais se no final um deles vai matar o outro?? Mas isso poderia ser possível? A meu ver não. De modo que, para mim tudo aquilo me pareceu macabro... Cheguei ao fim a doer-me tudo..

Mais uma vez pude comprovar uma coisa que é quase regra na Jodi: ela lida muito mal com as personagens secundárias nestes dramas. Aqueles que sofrem de forma indirecta, mas ao mesmo tempo, directamente (eu que o diga). Quando as personagens centrais são crianças ou adolescentes, raramente têm irmãos... Aquei, nenhum dos casais tinha filhos... Já é típico. Ela deve achar que depois se perde na forma como essas persoagens iriam lidar com a situação e não as usa.

A sério, este livro esgotou-me...

(desculpa se tiver erros , mas estou sem corrector e debem ter passado algumas gralhas)

:)

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