quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Uma Coluna de Fogo - Ken Follett [Opinião]

Título: Uma Coluna de Fogo
Autor: Ken Follett
Coleção: Grandes Narrativas nº 673
Tema: Ficção e Literatura
Título Original: A Column of Fire (The Kingsbridge Novels)
Tradução: Isabel Nunes e Helena Sobral
PVP: 29,90 €
Páginas: 768

Sinopse:
Novo romance de Ken Follett num regresso ao universo de Os Pilares da Terra e de Um Mundo Sem Fim Natal de 1558. O jovem Ned Willard regressa a Kingsbridge, e descobre que o seu mundo mudou.
As velhas pedras da catedral de Kingsbridge contemplam uma cidade dividida pelo ódio de cariz religioso. A Europa vive tempos tumultuosos, em que os princípios fundamentais colidem de forma sangrenta com a amizade, a lealdade e o amor. Ned em breve dá consigo do lado oposto ao da rapariga com quem deseja casar , Margery Fitzgerald.
Isabel Tudor sobe ao trono, e toda a Europa se vira contra a Inglaterra. A jovem rainha, perspicaz e determinada, cria desde logo o primeiro serviço secreto do reino, cuja missão é avisá -la de imediato de qualquer tentativa quer de conspiração para a assassinar, quer de revoltas e planos de invasão. Isabel sabe que a encantadora e voluntariosa Maria, rainha da Escócia, aguarda pela sua oportunidade em Paris. Pertencendo a uma família francesa de uma ambição brutal, Maria foi proclamada herdeira legítima do trono de Inglaterra, e os seus apoiantes conspiram para se livrarem de Isabel.
Tendo como pano de fundo este período turbulento, o amor entre Ned e Margery parece condenado, à medida que o extremismo ateia a violência através da Europa, de Edimburgo a Genebra. Enquanto Isabel se esforça por se manter no trono e fazer prevalecer os seus princípios, protegida por um pequeno mas dedicado grupo de hábeis espiões e de corajosos agentes secretos, vai-se tornando claro que os verdadeiros inimigos, então como hoje, não são as religiões rivais.
A batalha propriamente dita trava-se entre aqueles que defendem a tolerância e a concórdia e os tiranos que querem impor as suas ideias a todos, a qualquer custo.

A minha opinião: 
Apesar de fã confessa de Ken Follett e de o romance histórico ser um dos meus géneros preferidos não li nem Os Pilares da Terra, nem O Mundo sem Fim, obras que consagraram o autor britânico.

Portanto, fui para este Uma Coluna de Fogo completamente às cegas, embora apostasse que esta seria uma leitura surpreendente.

Uma Coluna de Fogo é o término da história que começou com Os Pilares da Terra (escrito há 30 anos), mas não desanimem se não tiverem lido os anteriores, como foi o meu caso. A história percebe-se muito bem e, apesar de gostar de ler os livros por ordem cronológica, este lê-se muito bem separadamente.

Passado entre os anos de 1558 e 1620, um período longo e bastante importante da história britânica, Follett descreve na perfeição o período conturbado em Inglaterra que separa os protestantes dos católicos.

De facto, quando a narrativa começa, reinava Maria Tudor, católica, tendo proibido o Protestantismo em Inglaterra. A partir daí, católicos começaram um luta desenfreada à procura dos protestantes e muita gente morre enforcado por professar uma religião contrária ao catolicismo.

É nesta fase que encontramos Ned Willard, um jovem ambicioso e cuja família é bastante conhecida em Kingsbridge, local onde se vai centrar parte da história. Ned mostra-se um homem de grandes paixões. Paixões amorosas e políticas. Será uma das personagens mais fascinantes da história, e o papel de bonzinho acenta-lhe bem.

Rica em intrigas e guerrilhas sobretudo entre duas das famílias mais ricas e influentes, os Fitzgerald (católicos fervorosos) de um lado e os Willard de outro, a inimizade atinge o topo aquando de uma aposta que corre mal para um dos lados, não sendo bem aceite pela parte perdedora. Isso, aliado a histórias antigas afasta para sempre Ned da sua grande paixão.

A partir daí, Ned abandona a sua cidade natal e acaba por prestar os seus serviços a Isabel Tudor, que acabaria por se tornar rainha pouco depois. Rodeada de inteligentes conselheiros, Isabel reinaria e terminaria com actos de violência entre católicos e protestantes, um reinado completamente diferente do da sua meia-irmã.

Com as ascensão de Isabel ao trono inglês, Ken Follett leva-nos a outros países que, de uma forma ou de outra, tiveram influência na História, como França e Espanha. E é em França que conhecemos personagens deslumbrantes: Sylvie Palot, oriunda de uma família protestante que mostra a sua força depois do massacre que acabaria por vitimar o seu pai. Sylvie acabaria por se transformar na minha personagem favorita. Uma mulher perseverante, avançada para o seu tempo, e que vivia dos livros e do contrabando de bíblias para outras famílias protestantes. E Pierre Aumande o antagonista da história, que teve um papel preponderante em toda a trama.

As intrigas palacianas e a ambição desmedida de Pierre, que acaba por ter algum poder junto da corte por intermédio do duque de Guise, são outra parte importante da história deste livro de Follett. Posso até dizer que são tão ou mais importantes que as passadas em Inglaterra, uma vez que estão interligadas. De facto, o interesse dos franceses é que Maria Stuart, rainha da Escócia e rainha consorte de França, se torne também rainha de Inglaterra depondo Isabel I.

Em Espanha conhecemos o irmão de Ned, Barney um marinheiro que participaria em algumas campanhas militares ao lado de Francis Drake, campanhas essas importantes durante o reinado de Isabel.

Completamente focado na história dos países mais importantes europeus, Uma Coluna de Fogo lê-se tão bem, exceptuando o calhamaço de mais de 750 páginas. Assim sendo, apenas consegui lê-lo em casa, o que demorou um pouco mais de tempo a terminá-lo. Adorei a história em volta das personagens fictícias, mas gostei ainda mais da História e todas as intrigas da época, que Ken Follett retratou tão bem.

Resta-me apenas comprar e devorar Pilares da Terra e Um Mundo sem Fim, que vou comprar o mais breve possível.
Quanto a este, recomendo sem reservas.







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