Entrevistas


  • Entrevista a Tiago Rebelo:

    "Não é o livro em especial, mas o processo de escrita que me diverte quando escrevo."

Tiago Rebelo é sobejamente conhecido do público português. Jornalista e escritor, publicou, no final do ano passado, o seu 15.º romance, Um Homem Escandaloso. Neste novo livro dá voz a um homem tímido, anti-social e inteligente. Mais um sucesso literário.

Maria Manuel (MM) - Um Homem Escandaloso é o seu 15.º romance. Qual foi o que lhe deu mais gozo escrever?
Tiago Rebelo (TR) - Não sei referir nenhum em particular. Todos eles me deram gozo escrever na sua época. Não é o livro em especial, mas o processo de escrita que me diverte quando escrevo. 2- João Pedro é um personagem extremamente tímido, o que faz dele uma pessoa anti-social e até, aparentemente, e erradamente, antipática. No entanto, tem tudo para ser uma pessoa para ser bem sucedida porque é inteligente e tem consigo um talento único, mas deita tudo a perder...

MM - É em torno desta personagem que gira toda a história de Um Homem Escandaloso. Portugal está povoado de "João Pedro's"?
TR - Não penso que esteja. Primeiro porque ele é um caso de extrema timidez, que consegue ultrapassar esse embaraço numa altura específica da sua vida em resultado de uma alteração psicológica; segundo porque é dono de um talento invulgar e obtém um sucesso de dimensões raras em qualquer sociedade. 

MM - Como é que surgiu a ideia de escrever este livro?
TR - Tratou-se do desafio de desenvolver a tese de que a vida de uma pessoa é condicionada pela sua percepção dos acontecimentos que a afectam, em contraponto com a realidade pura e simples. Aqui temos uma pessoa cuja vida toma um rumo completamente diferente a partir do momento em que ela entende a realidade de uma forma distorcida. E o interessante é verificar até onde é que ela vai ao seguir por esse caminho. No caso, uma brusca mudança da percepção da realidade leva João Pedro a um sucesso imprevisto.

MM - Já está a pensar no próximo livro? Será romance ou romance histórico?
TR - Já estou a pensar no próximo livro e não deverá ser um romance histórico. Mas ainda é cedo para dar certezas. 

MM -  Há mais exigência neste tipo de romances ou nos romances históricos?
TR - A exigência da escrita é idêntica, embora, haja dificuldades diferentes em cada género. Um romance histórico pode exigir menos da nossa imaginação se se tratar de uma história verídica, mas obriga a um trabalho de pesquisa muito maior. 

MM - Enquanto leitor quais são as suas obras e escritores de referência?
TR - Há muitos, estou sempre a ler autores diferentes para ver como escrevem e para aprender com eles. Mas posso referir alguns que me acompanham sempre, como Eça de Queirós, Gabriel García Márquez ou Milan Kundera.
















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